Sem dificuldade alguma, podemos dividir a Odontologia em 2 fases bem distintas. Plenamente reconhecidas por profissionais da área e pacientes, a primeira corresponderia a fase pré-implante dentário e a segunda, obviamente, a fase pós-implante dentário. O marco divisório ocorre com o início das próteses dentárias implanto-suportadas.
Foi em 1965 que o Professor Per-Ingvar Brånemark, à frente de um grupo de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (Suécia), iniciou os estudos que culminaram com a descoberta da Osseointegração. Vale ressaltar que é através deste processo que ocorre a “colagem” dos implantes dentários de titânio ao osso. A técnica tem sido aperfeiçoada nos últimos 50 anos pelos cientistas. Criou-se, desde então, o mais avançado sistema de prótese fixa da história reabilitadora da Odontologia mundial.
Tipos de próteses dentárias implanto-suportadas
As próteses dentárias implanto-suportadas podem ser fixas ou removíveis; unitárias, parciais ou totais; aparafusadas, cimentadas ou presas por encaixes. De forma simplificada, são assim descritas:
- Próteses fixas: representam a imensa maioria devido ao conforto que esta situação proporciona. De modo geral, utilizam-se de 1 a 8 implantes para que se reconstrua de 1 a 14 dentes em cada arcada, seja ela superior ou inferior. Mais comumente, com 4 ou 5 implantes para a mandíbula e 6 a 8 para a maxila conseguimos uma reabilitação completa. Particularmente nestes casos, a prótese implanto-suportada total e fixa é denominada prótese protocolo. Conclui-se, assim, que não necessariamente utilizaremos 1 implante para cada dente ausente. Podem ser cimentadas ou aparafusadas, muito embora, quando totais, a escolha seja, quase sempre, pelo sistema de parafusos. A remoção deste tipo de prótese somente poderá ser realizada pelo dentista, que utiliza chaves especiais para tal.
- Próteses removíveis: sempre que se fala em prótese removível sobre implantes, esta será obrigatoriamente total, ou seja, desenhada para substituir todos os dentes. Apesar de estarem em franco desuso, trabalhos deste tipo ainda são utilizados. A sua indicação, contudo, limita-se a situações especiais ou para pacientes desprovidos de uma condição financeira mais satisfatória. Aqui, o próprio paciente não só pode como deve remover a prótese todos os dias, desencaixando-a para uma correta higienização.
Pilares fundamentais
Um bom planejamento para próteses dentárias implanto-suportadas deve almejar 4 pilares fundamentais:
- Facilidade de higienização: condição imprescindível para as próteses fixas, pois, caso contrário, o fracasso é dado como certo;
- Adaptação: significa encaixe preciso entre o coping de metal da prótese e o componente (quando presente) ou plataforma do implante. Quando houver 2 ou mais dentes da prótese que estejam unidos, a criação de pontos de solda torna-se importantíssima para que essa adaptação realmente tenha êxito. A observação deste quesito evita a fadiga precoce da estrutura, o afrouxamento dos parafusos, o stress dos implantes, bem como o comprometimento dos tecidos de proteção e suporte (osso e gengiva);
- Estética: embora alguns pacientes sejam mais exigentes neste aspecto do que outros, nunca é demais buscar pela perfeição quando o assunto for harmonia facial. Confecção de gengiva caracterizada ou personalizada, cor e forma dos dentes são princípios básicos;
- Conforto: a sua ausência desmerece todo o mérito de se ter logrado os pilares anteriores. Precisa ser almejado a exaustão.
Considerações finais
Uma vez que alcance o objetivo a que se propõem, a prótese dentária implanto-suportada se torna um membro do paciente. O mesmo, na maioria das vezes, sequer cogita a hipótese de voltar a ficar sem ela novamente.
Atualmente, com resultados cada vez mais promissores, a Implantodontia se renova a cada dia. Fotos e depoimentos que a exaltem invadem cursos e palestras mundo afora. Ademais, a internet já não deixa dúvidas. Tornou clara para a imensa maioria da população que os benefícios se sobrepõem, em muito, a quaisquer possíveis riscos inerentes ao procedimento.
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