Periodontite. Entenda um pouco mais

periodontitePassando despercebida, a gengivite terá grandes chances de evoluir para a periodontite. Caso isto ocorra, teremos o que  chamamos de segundo estágio da doença periodontal. Certamente, nesta fase, já se detectam sequelas irreparáveis aos  tecidos de proteção (gengiva) e sustentação (cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) dos dentes, tornando o  tratamento mais complicado, oneroso e invasivo.

Fatores que influenciam

Na periodontite, diferentemente do que ocorre na gengivite, tem-se conseguido comprovar íntima associação entre os componentes  hereditários e a gravidade das lesões. Isso quer dizer que a resposta a inflamação pode variar em função da genética. Em ambas as situações, entretanto, placa bacteriana e tártaro operam como os grandes vilões. Ainda assim, destacam-se pelo menos outros seis fatores comuns  capazes de potencializá-las:

Em condições normais, a distância da margem gengival ao redor dos dentes até a margem óssea subjacente gira em torno de 3mm. A  periodontite, enfim, surge no exato momento em que esse número começa a aumentar. Na gengivite, essa distância se mantém mais ou  menos constante, exceto quando da presença de hiperplasia (crescimento gengival).

Ao passar para o segundo estágio da doença periodontal, a situação se torna bem diferente. A destruição óssea que se segue, em resumo, dará origem a bolsas periodontais verdadeiras. Tais espaços aumentados entre a gengiva e o dente que surgem decorrentes da progressão da  enfermidade, funcionarão como micro-cavernas. Estas, por sua vez, alojarão algumas dezenas de milhares de bactérias a mais em torno das  coroas e raízes dentárias.

Sinais e sintomas

Como resultado, óbvio, tem-se a exacerbação dos sinais clínicos outrora vistos na gengivite. Além de gengiva inchada, sangrante,  demasiadamente vermelha e, por vezes, gosto ruim na boca e mau hálito; mais frequentemente iremos observar: abscesso periodontal;  mobilidade dentária e sensibilidade a variações térmicas devido, sobretudo, à recessão gengival e consequente exposição radicular. A dor é  incomum e mais corriqueira na presença de edemas.

Vale salientar que a recessão ou retração gengival, quando ocorre, irá acompanhar a reabsorção óssea, mas não necessariamente na mesma velocidade (o que poderá ou não gerar bolsas periodontais). Esta situação resulta na exposição da raiz dentária. Nestes casos em especial, é  possível que forças excessivas atuem de maneira isolada para causar o dano ou em associação com o processo inflamatório. Quando a perda  óssea se dá na ausência de inflamação, temos uma sequela e não uma doença.

Embora haja variações entre pacientes, fato é que o processo tende a se perpetuar e progredir caso nada seja feito. O desfecho final não  raramente culmina com a perda dos elementos dentários envolvidos.

Prevenção e tratamento

Ao ser diagnosticada, a intervenção profissional de forma sistemática e periódica torna-se imprescindível. Devem-se, dessa forma, adotar  estratégias que visem, ao menos, retardar a sua evolução. Seguir uma sequência lógica, como a que veremos a seguir, é importantíssimo para a obtenção de resultados satisfatórios. O tratamento deve seguir basicamente estas três etapas:

  • Primeiramente, com as radiografias em mãos, inicia-se a raspagem que poderá ser supra ou sub-gengival. A principal finalidade deste passo é a eliminação de todos e quaisquer agentes inflamatórios que possam vir a estar presentes. Esta intervenção poderá requerer  ou não a abertura de um retalho para melhor acesso da área. Assim, se conhece a real situação de todos os dentes, indicando possíveis  extrações, quando necessário.
  • Em um segundo momento, atua-se, principalmente, sobre as forças, tornando os dentes mais resistentes a elas. Poderão estar  indicados: terapia ortodôntica, contenção periodontal (para dentes com mobilidade), ajuste oclusal, placa miorrelaxante (para  pacientes com bruxismo ou apertamento), reposição de dentes ausentes e confecção de novas restaurações quando necessário.
  • Por último, alguns procedimentos estéticos poderão ser realizados, com a finalidade de minimizar a aparência das sequelas (ex: recobrimento de raízes expostas, entre outros). Orientações que reforcem sobre higiene oral, alimentação saudável, mudança de  hábitos deletérios (ex: cigarro), bem como manutenções periodontais regulares 2 a 3 vezes ao ano são sempre muito bem vindas.

Considerações finais sobre a periodontite

Inúmeras pesquisas evidenciam a sua relação com o diabetes em uma mão de via dupla, ou seja, não apenas níveis aumentados de açúcar no  sangue potencializam a doença periodontal, como também ela impede que os níveis glicêmicos sejam reduzidos. Assim como o diabetes;  doenças cardiovasculares, infecções respiratórias, artrite reumatoide, partos prematuros e acidente vascular cerebral compõem apenas uma  parte do rol de problemas que poderão advir da cavidade bucal.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, de tal forma que ficarei muito feliz em responder  aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como periodontista e implantodontista em  Barbacena!

 

 

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Dr. Sérgio Caetano

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