A relação entre o cigarro e doenças pulmonares, cardíacas, acidente vascular cerebral e o próprio câncer já é, certamente, bem conhecido da população. Muitos desconhecem, entretanto, que fumantes apresentam de 3 a 6 vezes mais chances de ter doença periodontal. No mínimo 2 vezes mais chances de perder os dentes. Por outro lado, para os implantes dentários, existem estudos que chegam a sugerir uma estatística de perda até 10 vezes maior quando comparados a não-fumantes.
Cigarro x doença periodontal
Fumar colabora com a doença periodontal de 2 maneiras:
- Reduz a produção de saliva;
- Prejudica a habilidade do organismo em combater a infecção.
A saliva atua não só na limpeza dos dentes, como também combate doenças e a presença de certas bactérias. Quanto menos saliva, mais placa bacteriana e tártaro e menos anticorpos.
Fumar prejudica o sistema imune, causando vasoconstrição em todo o organismo. Isso reduz a circulação de células de defesa, oxigênio e nutrientes para a gengiva. As consequências, sobretudo quando da presença de outros fatores de risco, podem ser devastadoras. Vale lembrar também que continuar a fumar depois de passar por um tratamento periodontal dificulta muito a cura.
A perda óssea ao redor dos dentes se dá bem mais rapidamente. Os sinais de inflamação embora mais intensos, se tornam menos evidentes, mascarando o quadro. O resultado de longo prazo é quase sempre o de um sorriso feio e sem vida, ademais de sequelas irreparáveis capazes, na maioria das vezes, de gerar enorme desconforto mastigatório.
Se você nunca considerou a possibilidade de parar de fumar, pense nisso. Tornar-se um ex-fumante faz você ganhar forças na luta contra a doença periodontal e ajuda a salvar seus dentes.
Cigarro x implantes dentários
Os implantes dentários nada mais são do que parafusos de titânio instalados na cavidade oral. O seu propósito consiste em suportar próteses dentárias implantossuportadas que, de alguma forma, melhorem a qualidade de vida de pacientes desdentados parciais ou totais.
O cigarro, por reduzir significativamente o fluxo sanguíneo ao redor dos implantes, diminui, como resultado, a sua capacidade de osseointegração. Este mecanismo é o que permite a fixação dos mesmos ao osso dos maxilares. Sendo assim, é bem mais comum encontrarmos implantes “flutuando” e, consequentemente, perdidos no processo de reabertura. Situação, esta, muito rara em pacientes com boas condições de saúde e sem hábitos deletérios como o tabagismo.
Mesmo com a osseointegração, costumam apresentar perda óssea ao redor de suas espiras bem superior quando comparados a não-fumantes. Processo similar ao que acontece com os dentes na presença da doença periodontal. Este fenômeno pode desencadear sua perda precoce, dificultando sobremaneira uma possível tentativa de reinstalá-los. Nos casos em que a reabilitação precise de reconstruções ósseas prévias, o risco é ainda bem maior, não raramente inviabilizando o procedimento.
O tabagismo, por si só, normalmente não impede a instalação dos mesmos, mas o ideal é diminuir ao máximo nos períodos que antecedem a sua instalação, bem como durante o processo de osseointegração que poderá levar até 6 meses.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter, de tal forma que ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como periodontista e implantodontista em Barbacena!